Quem sou eu

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Sou o caminho, a verdade e a vida; O âmago do mais profundo ser; Único portal que conduz à saída; Liberdade para o renascer. Um homem escreve seu destino; Zelando as pegadas da estrada; Encontrando na força do menino; Maturidade para seguir a jornada. Tenho me peguntado diariamente; Este sentimento de compaixão por ti; Universo que faz de minha mente; Crescer e transformar o por vir. Anjo, Mãe, Pai, Amigo e Irmão; Mil pétalas a contemplar a existência; Iluminada energia em ascensão; Navegando pelo tempo da consciência; Horizonte que pulsa num coração; Onde o amor é a verdadeira essência.

QUERO ESTAR NA SUA VIDA

Quero estar na sua vida
Mas nem amigo, nem amante
Nem tão perto, nem distante

Quero na sua vida
ser somente importante

Não interessa porque porta eu entre
Quero entrar na sua vida docemente
Me instalar delicadamente
Quero estar na sua vida
Esteja ela alegre ou conflitante
Tranqüila ou angustiante

Quero ficar na sua vida
por um longo tempo
Estar presente em todo momento

Quero te guiar
sempre que você achar
Que está difícil de enxergar

E toda vez que as lágrimas quiserem brotar
E que você não conseguir secar
Quero estar na sua vida de um jeito diferente

Nem de costas e nem de frente
Caminhando lado a lado
Num silencio acomodado
Aberto para ser pra você
Seu sol e seu entardecer
Sua noite e seu amanhecer

Quero estar na sua vida, discreta
Mas sempre com a porta aberta
Sempre pronto pra lhe receber
Faça chuva ou faça sol dentro de você

Quero ser na sua vida, eterna
Mas nunca lhe prender, nem lhe pertencer
Nem lhe escravizar, nem lhe fazer sofrer

Quero estar na sua vida daquela maneira
Que sonhamos ser possível a vida inteira
Sem cobranças, sem vinganças
Sem grandes metas
Viajando apenas numa reta
Somente presente... eternamente!

Assinado: Deus!

DEUS NOS USA

AS VEZES

Deus costuma usar a solidão
para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos
compreender o infinito valor da paz.

Outras vezes usa o tédio, quando quer nos mostrar
a importância da aventura e do abandono.

Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar
sobre a responsabilidade do que dizemos.

Às vezes usa o cansaço, para que possamos
compreender o valor do despertar.

Outras vezes usa a doença, quando quer
nos mostrar a importância da saúde.

Deus costuma usar o fogo, para nos ensinar
a andar sobre a água.

Às vezes, usa a terra, para que possamos
compreender o valor do ar.

Outras vezes usa a morte, quando quer
nos mostrar a importância da vida.

Fernando Pessoa

2.12.09

UMA NOITE A LUZ DE VELAS

Encontrei uma pessoa que me confessou que a sua família, uma vez por semana, passa uma noite à luz da vela. Tudo começou num dia em que a electricidade faltou. Nessa noite não houve televisão, nem rádio, nem computador. Pais e filhos ficaram juntos em redor de uma vela acesa. O serão foi divertidíssimo, conversou-se, contaram-se histórias e o tempo passou serenamente. A experiência agradou e, a família, a partir desse dia decidiu passar uma vez por semana, a noite à luz da vela.
Actualmente, durante o dia, se retiramos o tempo de sono, as famílias dispõem pouco mais de três a quatro horas para estarem juntas. Habitualmente o (des)encontro tem início ao jantar. As refeições são feitas de televisão ligada para se ver as notícias. Este momento de partilha, por excelência, é assim desperdiçado: a televisão intromete-se, como se de um muro se tratasse. A seguir ao jantar, enquanto os mais novos se isolam no quarto a ouvir musica, a jogar no computador ou a navegar na Internet, os pais continuam hipnotizados pelo televisor, distraindo-se com a novela ou com o reality show do momento. O tempo passa e, sem darem conta, as quatro horas foram consumidas num ápice. No outro dia, a rotina repete-se.
Para existir intimidade entre as pessoas é indispensável que haja partilha. É importante revelar os pequenos acontecimentos que ocorreram durante o dia. Os momentos bons, os maus, as dúvidas, os desejos, as frustrações, enfim., é preciso partilhar. De que outra forma é que nos podemos conhecer uns aos outros? Se perdermos este hábito como é que os pais podem acompanhar o que se passa com os filhos? E o casal, como é que pode ter intimidade se não existir diálogo?
Nos dias de hoje não se discutem em casa os vários assuntos da actualidade; assistimos na televisão aos debates que os outros fazem por nós. As crianças têm cada vez menos espaço para a imaginação. Não brincam aos polícias e ladrões, ou aos príncipes e princesas, preferem jogar em frente a um ecrã um jogo que alguém imaginou para eles. Os adolescentes não procuram pedir aos pais opiniões e conselhos, em vez disso pesquisam na Internet. Acaba por ser mais cómodo para os pais, porque assim, pelo menos não os aborrecem com perguntas difíceis.
Se reflectirmos um pouco, percebemos que vivemos numa sociedade de consumo que procura a todo o custo apoderar-se do nosso tempo livre e captar a nossa atenção, apenas com um objectivo: obrigar-nos a consumir. É assustador o número cada vez maior de horas que os adultos, jovens e até as crianças passam por dia a ver televisão e em frente ao computador. O tempo acaba por ser destinado quase em exclusividade para satisfazer necessidades narcísicas já que a outra pessoa fica excluída.
Ninguém tem dúvidas que isto tem consequências na relação entre pais e filhos. Mas, a relação entre o casal também fica atingida. Muitos casamentos acabam por definhar com o tempo, por que não há comunicação. O diálogo e a partilha são indispensáveis para que haja intimidade entre as pessoas. Há coisas que têm que ser ditas. Nalguns casos o silêncio pode ser corrosivo e devastador.
Um casal que atravessava uma grave crise conjugal apresentou-se ao médico para tentar fazer uma terapia de casal. Uma das queixas apresentadas pela mulher era que estava casada há trinta anos e o marido nunca lhe tinha dito, durante aquele tempo, que a amava. Por isso, ela sentia-se profundamente infeliz e insegura. O marido com alguma indiferença respondeu – Disse-lhe que a amava no dia do casamento, como não mudei de ideias, não vejo a necessidade de me repetir.
Prescrição médica: «Uma noite por semana à luz da vela».

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